MEIO AMBIENTE
Aedes aegypti está presente em um a cada 20 imóveis vistoriados em Novo Hamburgo
Projeto de Prevenção e Combate à Dengue, desenvolvido pela Feevale e Prefeitura, divulgou resultados do primeiro LIRAa do ano
O projeto de Prevenção e Combate à Dengue, desenvolvido pela Universidade Feevale, em parceria com a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, divulgou, nesta semana, um boletim informativo com os resultados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) do ano. O trabalho, que indica o percentual de imóveis no município com presença do vetor responsável pela transmissão da dengue, consiste em visitar, aproximadamente, 5% dos imóveis do município em um curto período, gerando um indicativo dos níveis de infestação na cidade, a fim de facilitar as ações de controle.
Novo Hamburgo está na segunda colocação entre os municípios com casos confirmados de dengue no Estado. A cidade apresenta uma grande concentração de pessoas com dengue em quatro bairros: Vila Diehl (41,5%), São José (15,7%), Boa Saúde (14,1%) e Santo Afonso (13,1%). Até o momento, foram recebidas 703 notificações de casos suspeitos de dengue, sendo 526 confirmadas, 160 em investigação e 17 descartadas. Dos casos confirmados, 520 são autóctones, ou seja, transmitidos dentro da cidade.
Em janeiro deste ano, agentes do projeto realizaram vistorias em 4.002 imóveis de Novo Hamburgo, distribuídos em todos os bairros do município, que são agrupados em nove estratos. Foram coletadas 278 amostras de larvas e/ou pupas para análise e identificação no Laboratório do Projeto de Prevenção e Combate à Dengue, das quais 75,2% se mostraram positivas para o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O principal indicador do LIRAa é o Índice de Infestação Predial (IIP), que é a relação percentual entre o número de imóveis positivos, ou seja, com a presença de larvas de Aedes aegypti, e o número de imóveis pesquisados. No primeiro mês do ano, Novo Hamburgo apresentou um IIP de 4,9%, ou seja, a cada 20 imóveis, um teve a presença de Aedes aegypti. Esse valor aponta que o município se encontra, atualmente, com alto risco de surto para a dengue e outras doenças relacionadas ao mosquito.
Comparativamente ao LIRAa realizado no mesmo período do ano passado, quando o IIP foi de 1,1, ou seja, de iminente perigo à saúde pública, o atual índice coloca Novo Hamburgo em alerta devido à maior presença de mosquitos. “O verão é uma época favorável ao desenvolvimento do mosquito devido às altas temperaturas e pancadas de chuva, situação possivelmente agravada em razão do fenômeno climático El Niño”, afirma o coordenador do projeto de Prevenção e Combate à Dengue, Tiago Filipe Steffen. “Para auxiliar na redução dos mosquitos, temos a atuação da equipe do projeto da Universidade Feevale e da Prefeitura de Novo Hamburgo, por meio da Vigilância Ambiental em Saúde, além da própria comunidade, os quais precisam se empenhar ainda mais em eliminar os depósitos de água parada pela cidade, nesse momento de surto de dengue”, complementa.
Principais depósitos
Outro índice importante que o LIRAa fornece é o da prevalência de depósitos com Aedes aegypti. Confira:
– 66,5%: recipientes pequenos, passíveis de remoção da água, como pratinho de vaso de plantas, bebedouro de animais, recipientes para enraizamento de plantas, garrafas desprotegidas, baldes, entre outros
– 15,3%: ralos, calhas, piscinas e outros recipientes fixos, de difícil remoção de água
– 9,1%: pneus e outros materiais rodantes
– 5,7%: acúmulo de lixo, sucatas e entulhos de restos de construção
– 3,4%: bromélias, ocos de árvores, materiais naturais