NOVO HAMBURGO
Câmara de Novo Hamburgo abre CPI para investigar problemas no transporte coletivo
Menos de um mês após o início da operação do novo transporte coletivo em Novo Hamburgo, os diversos relatos de atrasos nas linhas, suspensão de serviços e utilização de veículos em qualidade aquém do prometido levaram um grupo de cinco vereadores a propor a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito. Colocado em votação durante a sessão desta segunda-feira (20/05), o requerimento foi aprovado por 8 votos a 6. Essa é a primeira CPI aberta pela Câmara desde 2014, quando foi instaurado colegiado para analisar os serviços prestados pela AES Sul.
O pedido de criação de comissão para apurar os problemas relatados no transporte público foi assinado por Cristiano Coller (PP), Enio Brizola (PT), Gustavo Finck (PP), Inspetor Luz (PP) e Lourdes Valim (Republicanos). Durante a votação, somaram-se a eles os três integrantes da bancada do PSDB: Felipe Kuhn Braun, Raizer Ferreira e Tita. O quórum foi suficiente para garantir a instauração do colegiado, que será composto por um membro de cada partido com representação na Câmara, conforme ordena o artigo 78 de seu Regimento Interno.
Logo após a votação, os líderes de bancada foram chamados ao Plenarinho Pedro Thön para a indicação dos nomes. O grupo ficou formado por Enio Brizola (PT), Fernando Lourenço (Solidariedade), Inspetor Luz (PP), Ito Luciano (Podemos), Lourdes Valim (Republicanos), Raizer Ferreira (PSDB) e Ricardo Ritter – Ica (MDB). O início dos trabalhos deve ocorrer dentro de sete dias. A partir de então, o colegiado terá outros 120 dias (prorrogáveis por igual período) para realizar diligências, inquirir acusados e testemunhas, requisitar informações, convocar secretários municipais e elucidar os fatos.
Os resultados da apuração serão reunidos em relatório e finalizados com a elaboração de um projeto de resolução ou pedido de arquivamento. Se for o caso, as conclusões também serão encaminhadas ao Ministério Público.
Antes da votação, Enio Brizola defendeu a criação da comissão. “Estamos tentando qualificar o transporte na cidade há 15 anos, mas sempre esbarrando na Justiça. Agora, quando entrou uma empresa nova, o que se tinha de expectativa para algo bom, com ônibus novos, como sempre lutamos, transformou-se em frustração total. As pessoas estão pagando outras modalidades de transporte para trabalhar, porque não tem ônibus. Primeiramente, tentaram colocar a culpa nos trabalhadores. Depois, responsabilizaram a falta de combustível, desmentida pela associação de distribuidores. Antes mesmo da enchente, já havia uma grande confusão de horários. Faltavam ônibus e chovia para dentro dos veículos. Aquilo que era para ser novo já é velho. Como se dará a volta às aulas sem transporte coletivo?”, indagou o vereador.