NOVO HAMBURGO

Coluna Política de Novo Hamburgo – A pedreira que Tarcísio irá enfrentar

A pedreira que Tarcísio irá enfrentar

Não é novidade para ninguém das dificuldades que o ex-prefeito Tarcísio Zimmermann vai enfrentar nas eleições deste ano, quando irá enfrentar as urnas para concorrer novamente para o cargo de prefeito municipal. E elas começam pelo fato dele ter se desfiliado do PT quando já estava praticamente iniciando as eleições de 2022, onde concorreria ao cargo de deputado federal pelo partido.

Ele saiu atirando em seus ex-colegas deputados federais no exercício do mandato e dirigentes partidários estaduais e nacionais, acusando-os e o PT enquanto partido, de não ter critérios para divisão do fundo eleitoral e priorizando aqueles que já estavam nos cargos, em detrimento dos outros. O PT, que não costuma fazer discussões partidárias em público, acabou silenciando para não expor as feridas, mas marcou Tarcísio na “paleta”, como se diz no interior gaúcho.

 

Filiação ao PDT

Tarcísio dava a entender que se sentia traído pelo PT, que não apostava e nem acreditava na sua capacidade de ser eleito deputado federal, pelo fato de não terem atendido o pedido para aporte de recursos financeiros para a eleição de 2022, e seus eleitores chegaram a entender a desfiliação dele do PT como um “adeus” a participação em novas eleições. Mas como nada na política é definitivo, e que um “adeus” pode se tornar num “até breve”, Zimmermann acabou aceitando um convite de Romildo Bolzan, presidente estadual do PDT, para se filiar ao partido e concorrer novamente ao cargo de prefeito municipal na cidade.

 

Tarcísio preferiu o PDT sem vereadores

Tarcísio não pensou muito e resolveu aceitar o desafio e encarar o futuro pleito pelo PDT, com algumas e necessárias construções a fazer, sendo a primeira delas convidar os dois então vereadores do PDT para saírem do partido, por supostamente não se enquadrarem na forma como Zimmermann queria conduzir o partido: mais para o campo da esquerda. Fernandinho Lourenço e Darlan Oliveira, são base do governo Fátima Daudt, e foram literalmente retirados do partido pelo ex-prefeito. O primeiro está no Solidariedade e o segundo se filiou ao MDB da prefeita. O fato gerou surpresas e perplexidades no meio político, mas não foi surpresa aos eleitores dele que já esperavam que Tarcísio fizesse no PDT o que sempre fez no PT, e com pessoas da sua confiança e dentro do seu espectro político.

 

A missão de unir a esquerda vai ser difícil

A segunda tentativa foi tentar unir a esquerda em uma só candidatura. A coluna chegou a noticiar o fato dele ter escrito uma carta aberta apelando pela unidade entre o campo da esquerda na cidade, que tem PDT, PT, PCdoB e PSOL como partidos articulados neste espectro político. Mas a união da esquerda passa por desavenças do passado, que remontam ao racha que o PT hamburguense teve durante o governo Lauermann (2013 a 2016). Tarcísio “elegeu” Luís Lauermann seu sucessor na prefeitura, sendo que depois tiveram o relacionamento político rompido. E Fufa Azevedo era pessoa próxima a Lauermann e acabou ficando do lado dele na disputa que tinha contra Tarcísio. Desta forma, Fufa acabou sendo preterido dentro do PT, mesmo sendo eleito vereador em 2012, para concorrer aos cargos majoritários na cidade, em 2016, e também para cargos estaduais ou federais na eleição de 2014 e 2018. A mágoa entre ambos passa por aí.

 

A liderança petista a ser “lapidada”

Fufa Azevedo teve um bom desempenho como vereador, e é reconhecido durante o tempo em que atuou na Fenac junto ao Diretor Presidente Elivir Desian (Toco), diretamente com empresários do setor coureiro-calçadista, durante o governo Tarcísio Zimmermann. Porém, com Tarcísio no PT, nunca teve espaços para concorrer a cargos majoritários e tampouco para cargos estaduais e federais. Segundo membros do PT, chegou o momento do partido se renovar na cidade, e o nome do partido é o de Fufa Azevedo. Porém, diante de uma candidatura já posta, e de conseguir a unidade do partido, surgiu novamente a sombra de Tarcísio Zimmermann, que mesmo dentro de outro partido (o PDT) acaba ainda trazendo dúvidas e ameaçando as pretensões de Fufa ser prefeito.

 

A cúpula petista tem mágoa de Zimmermann

A cúpula estadual tem mágoas de Tarcísio, pois muitos acreditam que se ele tivesse concorrido, o partido poderia ter conseguido os poucos votos que faltaram para o candidato petista a governador, Edegar Pretto, ter chegado ao segundo turno. As mágoas também ficaram pelo fato de Zimermmann ter externado publicamente suas críticas ao PT e seus líderes. Por isso, será muito difícil Tarcísio conseguir uma aliança que faça com que o PT indique o candidato a vice-prefeito na sua chapa. O problema para os petistas resolverem é de matemática eleitoral, pois segundo pesquisa que a coluna teve acesso, Tarcísio está em segundo lugar e próximo do primeiro colocado, enquanto Fufa Azevedo, possivelmente por ainda não ser candidato a prefeito e nem ser ex-prefeito, está longe dos primeiros.

 

Direito de perguntar

Mas o pessoal da esquerda vai mesmo manter duas pré-candidaturas, uma esperando pela queda da outra, ou vão conseguir se unir logo ali na frente para ter reais chances de vencer a eleição?

 

De cocheira – o convite a Kopschina

O fato aconteceu há várias semanas: o ex-prefeito Tarcísio Zimmermann (PDT), entre os vários movimentos políticos que fez na cidade, convidou o ex-vereador Paulo Kopschina, que concorreu contra ele a prefeito nas eleições de 2012, antes dele se filiar ao PL, para ser o candidato a vice-prefeito dele nas eleições de outubro agora.

 

De cocheira – o pedido de desculpas

Mas antes de escutar a resposta de Kopschina, Tarcísio disse a ele que queria pedir desculpas pelas ofensas e acusações proferidas no calor das discussões durantes as eleições de 2012. Ele tinha acusado Paulo Kopschina de ter cometido ilegalidades a frente da farmácia que a família tinha, o que depois foi desmentido e provado que não era verdade. Kopschina perguntou a ele se ele tornaria público seu pedido de desculpas, quando então o assunto mudou para as eleições e ao convite feito, que foi rejeitado.

 

Direito de constatar

“Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades” – Charles Tocqueville

 

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