Dia da Mulher: Uma história de luta por igualdade de gênero e direitos iguais

Na próxima terça-feira, 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Embora a data celebre as conquistas femininas ao longo das últimas décadas, ela também é um alerta sobre os graves problemas de gênero que ainda persistem no Brasil e no mundo. Problemas como a desigualdade salarial entre o homem e a mulher, a violência de gênero e o machismo, infelizmente ainda muito presentes na nossa sociedade.

Nos últimos anos, o papel da mulher na vida pública/política tem crescido. No entanto, no Brasil, a Câmara dos Deputados possui apenas 15% de mulheres e o Senado Federal apenas 12%. Em âmbito municipal, 900 municípios não tiveram sequer uma vereadora eleita nas eleições de 2020. Tais dados demonstram que ainda há uma grande desigualdade de gênero no âmbito político do país.

Em Novo Hamburgo, apenas duas das 14 cadeiras da Câmara de Vereadores são ocupadas por mulheres. Já em Campo Bom, dos 11 vereadores, 3 são mulheres. O município se destacou em 2022 por eleger pela primeira vez uma mulher para presidir a Câmara dos Vereadores do município, professora Gênifer Engers, um avanço bem-vindo na busca pela equidade de gênero na política.

O Jornal Toda Hora conversou com importantes lideranças políticas femininas de Novo Hamburgo e Campo Bom, com o objetivo de elas falarem sobre a importância dessa data tão relevante para a nossa sociedade.

Fátima Daudt – Prefeita de Novo Hamburgo
Nossa voz cada vez mais forte

Sempre considerei o Dia Internacional da Mulher uma data de homenagens e de reflexão. É o momento de agradecer nossas antepassadas que lutaram tanto para mudar mentalidades e romper barreiras. Um exemplo disso foi o direito ao voto feminino, que está completando 90 anos no Brasil. Aos olhos de hoje, parece absurdo que ali atrás foi preciso lutar pelo simples direito de votar e ser votada.
Nesta data, também é justo fazer referência às mulheres que precisam se defender da violência doméstica, do feminicídio, do assédio, da falta de oportunidades e das desigualdades no ambiente profissional. Durante toda minha vida atuei para que as mulheres tenham voz e protagonismo. Sempre com respeito, proteção e igualdade de oportunidades.

Já avançamos muito, mas o caminho é longo. As mulheres, com frequência, precisam provar que são capazes e aptas às funções. E isso é um paradoxo porque estudos e pesquisas mostram que a participação das mulheres na vida pública faz a diferença para melhor.

O desafio atual é ampliar a representatividade. A mulher tem legítimo “lugar de fala” para defender pautas e ideias que garantam direitos e avanços sociais. Entendo que, quando uma mulher não ocupa o seu espaço na política, ninguém o ocupa. Não queremos ficar sem voz. Pelo contrário, queremos nossa voz cada vez mais forte!

Professora Gênifer Engers – Vereadora e Presidente da Câmara de Vereadores de Campo Bom

08 de março, uma data tão importante que marca a jornada de lutas pela igualdade, liberdade e direitos das mulheres, a qual não podemos deixar de valorizar todas as conquistas que tivemos até aqui. O direito de escolher o lugar que se quer ocupar, de se inspirar e ser inspiração para outras tantas e como mulher, mãe e esposa sabemos dos desafios de conciliar essas atribuições e ainda deter cargos importantes e de responsabilidade na nossa sociedade.

Espero que a cada 08 de março, possamos subir degraus e juntas avançarmos nesta busca diária de valorização e consolidação de espaços e que muito além de um dia, tenhamos todos os dias para comemorar e lutar pelos direitos de cada uma de nós.

Lurdes Valim – Vereadora de Novo Hamburgo

Vejo que a trajetória conquistada por muitas mulheres ao longo dos anos, reconhecidas pelas políticas públicas, de igualdade (equidade de gênero), ainda é um caminho árduo cheio de curvas e obstáculos. Para entender em que estágio estamos neste caminho, olhe a sua volta, a quantidade de violência contra as mulheres/feminicídios aumentando a cada dia.

Felizmente já garantimos direitos através da Lei Maria da Penha, aprovada em 2006. O cenário hoje nos apresenta cada vez mais as mulheres buscando seu espaço no mercado de trabalho, assumindo lideranças, trabalhando fora, cuidando da casa e da família em jornada dupla, com uma maestria impecável. Foi-se o tempo em que as mulheres assumiam um papel submisso, como o das nossas avós ou bisavós. Somos mulheres guerreiras, decididas, batalhadoras! Somos mulheres que geram vidas, geram esperanças, geram soluções!

Somos o que quisermos ser, esta luta é de todos nós!

Kayanne Braga – Vereadora de Campo Bom

No Dia Internacional da Mulher eu desejo o empoderamento, a consciência e a gratidão, às mulheres que lutam todos os dias pelos nossos direitos, a todas que nunca deixam de acreditar na sua força e coragem. Somos capazes de amar, cuidar, lutar, dar à luz e ser referência.

Uma mulher com equilíbrio de sua sensibilidade e força é uma ameaça pois ela pode transformar a si mesma e o mundo por consequência… Que nós sempre possamos nos unir para apoiarmos umas às outras, pois nunca tivemos dúvidas que poderíamos chegar aonde chegamos, e ainda temos muito a conquistar. Feliz nosso dia!