CAMPO BOM

Everton Gaide – Muito além de fazermos a nossa parte

Os relacionamentos amorosos sempre foram pautas dos escritores em seus livros e a forma de se relacionar romanticamente muda muito de acordo com a cultura local. Nem falo que varia de país para país, pois mesmo dentro do mesmo país, se percebe várias formas de se entender os relacionamentos. Aquilo que se entende como um relacionamento “modelo” em um estado brasileiro, pode se entender como um relacionamento abusivo em outra região. Aliás, trago o assunto, relacionamento abusivo, porque cada vez mais vemos pessoas saindo de relacionamentos que não fazem mais sentido. Felizmente, hoje se tem menos amarras sociais que impedem que os indivíduos fiquem presos a esse tipo de relacionamento.

A absoluta maioria de pessoas que vivem esse tipo de relação são mulheres que por diversos motivos são submetidas a estas situações. Aliás, esse tipo de comportamento abusivo por parte dos homens não escolhe classe social, idade ou raça. Infelizmente, homens de todas as idades e classes sociais são formados em uma sociedade extremamente machista que, de certa forma, o autoriza a ter esse tipo de comportamento. O pior de tudo, é que o medo do julgamento da família, amigos e até mesmo das autoridades policiais que “revitimiza as mulheres” faz com que exista alto percentual de subnotificação desse tipo de violência, que em alguns casos termina em feminicídio. Para termos uma ideia da urgência de mudança que precisamos enquanto sociedade, os dados do Ligue 180, cerca de 250 mulheres registram ocorrência por violência doméstica no Brasil a cada 24 horas.

Para finalizar, no Brasil existem mecanismos legais e de apoio psicossocial que protegem, minimamente, as mulheres que denunciam esse tipo de relacionamento, porém, a verdadeira transformação só se dará se cada um de nós entendermos que o nosso papel vai muito além de apenas fazermos a nossa parte.

Em caso de violência doméstica, ligue 180

 

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