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CAMPO BOM

GAECO/MPRS faz operação no Vale do Sinos contra facção criminosa

Mandados foram cumpridos em sete cidades da região, incluindo Novo Hamburgo e Campo Bom

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) realiza nesta quinta-feira (15/08), uma grande operação para combater a lavagem de dinheiro de uma facção gaúcha. Em parceria com a Brigada Militar e a Polícia Civil, a ofensiva envolve mais de 300 agentes, atuando em sete cidades gaúchas: Novo Hamburgo, São Leopoldo, Estância Velha, Campo Bom, Canoas, Porto Alegre e Três Passos.

Na chamada Operação Tentáculos, são cumpridos 36 mandados de prisão preventiva. Conforme o MPRS, um dos objetivos da operação é atingir a cúpula da organização criminosa e pelo menos dois investigados estão entre os principais líderes desta facção. Um dos suspeitos, com mandado de prisão, é também integrante de uma torcida organizada de um dos clubes do Estado. No início da manhã desta quinta-feira, vários suspeitos já haviam sido detidos.

O segundo objetivo é atacar as finanças dos criminosos, por isso foram cumpridos 46 mandados de busca e apreensão. Os agentes localizaram comprovantes da lavagem de capitais, documentos gerais, celulares, além de dinheiro, armas e drogas. A Justiça autorizou, ainda, a apreensão de 96 veículos. De acordo com o GAECO, somente após as apreensões e contabilidade, é que será possível se ter uma ideia de quanto o grupo movimentava por mês. A ideia é saber também o montante de dinheiro lavado.

 

Domínio do tráfico

A facção, que tem base no Vale do Sinos, mas atua em todo Estado, tem pelo menos seis empresas, de diversos ramos, consideradas as mais importantes, montadas para serem utilizadas na lavagem de capitais. Uma delas, por exemplo, fica no município de Três Passos, no Noroeste gaúcho. A investigação do GAECO também apontou que os principais líderes moram em mansões luxuosas e, cada vez mais, em municípios menores da Região Metropolitana de Porto Alegre. Em todos os casos, verdadeiras fortalezas, e, em alguns, são sítios isolados que contam com grande aparato de segurança.

No Vale do Sinos, principalmente em Novo Hamburgo, mas também em outros municípios da Região Metropolitana, a facção tem domínio total da venda de entorpecentes. Conforme a investigação do MP, o grupo tem o costume de usar várias residências como ponto de tráfico, para guardar armas e drogas, além de utilizar como esconderijo. Em várias ocasiões, moradores foram expulsos destes locais usados pela facção. Sempre mediante ameaças e até agressões. Uma destas pessoas, residente no Bairro Roselândia, em Novo Hamburgo, foi assassinada pelos integrantes da organização criminosa por não aceitar entregar a sua casa.

 

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