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NOVO HAMBURGO

Justiça condena Adriana Guinthner pelo assassinato de Paulo César Ruschel

Após 26 horas de júri, Adriana Guinthner foi condenada a 15 anos e oito meses no regime fechado pelo homicídio duplamente qualificado do companheiro, o escrivão judicial Paulo Cesar Ruschel. O julgamento começou nesta segunda-feira (30/10), no fórum de Novo Hamburgo. A defesa de Adriana afirma que tentará a anulação do júri e sustenta a inocência da cliente.

O júri, formado por quatro homens e três mulheres, considerou Adriana culpada da acusação de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe, que seria a intenção de ficar com pensão e bens do escrivão, e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, pois Ruschel dormia quando foi assassinado.

 

O caso

O julgamento ocorreu 17 anos depois da morte do escrivão. Após a investigação policial, Adriana foi denunciada pelo Ministério Público ainda em 2006. No entanto, uma série de recursos ajuizados no Tribunal de Justiça do Estado (TJ) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, estenderam a duração dos trâmites até o júri.

No primeiro dia de julgamento, foram ouvidas testemunhas relacionadas ao caso. A delegada Rosane Oliveira de Oliveira, que atuou nas investigações em 2006. Na sua declaração, a delegada afirmou que “ou ela praticou ou ela colaborou com o homicídio”.

Os depoimentos continuaram a tarde. Médicos peritos do IML e também uma perícia particular depuseram. A maioria dos questionamentos foi em relação aos tiros que foram efetuados e mataram Paulo Ruschel. Quem também foi ouvido foi o inspetor Jorge Luz dos Santos, o Inspetor Luz, que participou das investigações na época. Um ponto destacado pela acusação foram duas ligações de um número roubado que Adriana teria recebido na noite do crime.

O segundo dia de julgamento, nesta terça-feira (31/10), começou com o depoimento da ré, que se recusou a responder aos questionamentos do Ministério Público. Ela relembrou os acontecimentos do caso e chorou ao falar do dia que o crime ocorreu. Adriana também afirmou que ela e Ruschel estavam dormindo quando foram surpreendidos por um suposto assaltante, que após assassinar o escrivão fugiu sem levar nada.

Adriana também fez acusações contra o promotor Amorim e o Inspetor Luz, por terem supostamente agredido ela durante sua segunda prisão. Ambos negaram o ocorrido. Ela ainda negou que houvesse interesse na herança do escrivão, em relação a uma das teses da acusação de que a ré orquestrou a morte de Ruschel por interesse.

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