CULTURA

“Kephas é Pedra”: agentes comunitárias de saúde são protagonistas de documentário que conta a história da comunidade

Pré-lançamento ocorre no dia 5 de dezembro, em frente à EMEB Eugênio Nelson Ritzel

Pode até ser comum olhar para um território e pensar nele como um conjunto de moradias. Mas não é isso o que acontece com o Kephas, em Novo Hamburgo. Cooperação, resiliência, superação e família são apenas algumas das palavras que o define, na perspectiva das agentes comunitárias de saúde do local.

Em uma proposta do Colorindo Caminhos, projeto intersetorial da Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, a história desse território foi contada sob a ótica de quem transita pelas ruas diariamente: as agentes comunitárias de saúde. Elas protagonizaram um documentário, dirigido por Luiz Alberto Cassol, o “Kephas é Pedra”. O pré-lançamento ocorre no dia 5 de dezembro, às 19h, na Rua da Conquista, 411, em frente à Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Eugênio Nelson Ritzel.

“O documentário vem para mostrar e valorizar esse povo que batalhou e batalha com muita dignidade para construir esse bairro e tudo que nele tem”, comenta Beatriz da Silva, 48. As gravações, ocorridas em janeiro, misturam emoções, lembranças e orgulho para retratar o local, de uma maneira pessoal e comunitária.

As memórias emocionaram a agente Indianara Batista, 44. Ela conta que os pais dela fizeram parte do início da história do Kephas. “Para mim, foi um misto de emoções por lembranças que tinham ficado no passado”, fala. Durante as gravações, o falecimento do pai completou cinco meses: “cada vez que a gente ia falar sobre ou lembrar de alguma coisa, ele vinha no meu pensamento direto”, lembra Indianara.

Avaliando a participação no projeto, as duas servidoras públicas concordam que a experiência foi positiva. “Para mim foi muito gratificante participar desse documentário pois conta a minha história”, pontua Beatriz. Indianara reflete que foi “muito bom”, ela fala que, assim como o pai dela, “muita gente fez parte disso que não está aqui” e, por isso, “foi emocionante”.

Foi em 2022 que a primeira semente do documentário foi plantada. A coordenadora de projetos socioculturais da Secretaria da Cultura, Roberta Cornely, lembra que o processo de pré-produção começou com entrevistas com a comunidade, visitas aos moradores mais antigos, além de oficinas. “Tivemos dois momentos de oficinas, a primeira foi de fotografia, com a equipe da Secult; depois, tivemos uma focada em audiovisual, com a equipe do Cassol”, conta.

 

Sinopse

No Rio Grande do Sul, estado mais ao sul do Brasil, está localizada a cidade de Novo Hamburgo e nela, o bairro Kephas. Nele, um grupo de mulheres conta a história desse local ao qual tem orgulho de chamar de seu lugar de vida, de moradia, de trabalho e de afeto. Em 1978, o bairro surgiu como um loteamento criado em forma de mutirão.

Agora, quarenta anos depois, essas mulheres, agentes comunitárias de saúde, contam em um filme essa memória, intercalada com o presente, fazendo da reflexão de seu tempo uma homenagem vívida a tudo o que ali aconteceu e lhes dá pertencimento. Um documentário feito tal como o bairro em forma de mutirão. É por meio do mutirão da arte cinematográfica que a história do bairro Kephas é revelada ao público.

Em grupo, em duplas, individualmente, por falas, expressões, caminhadas, gestos, fotografias, risos, conversas, o coletivo ganha força e o mutirão ressurge no filme pela potência das vozes dessas mulheres que relembram suas trajetórias e demonstram que o que fazem hoje no Kephas torna esse espaço um universo seu e de suas vidas.

 

Colorindo Caminhos

O Colorindo Caminhos é uma iniciativa que vem resinificando experiências e levando cultura e cidadania para a comunidade de Novo Hamburgo desde 2021. O propósito é mostrar que a arte e a cultura são ferramentas essenciais para construir autonomia e autoestima em cada um de nós, sendo este o único modo de conquistar espaço e redescobrir nossas vozes enquanto cidadãos. O grupo é composto por pessoas que acreditam que a busca por saúde mental e valorização humana é permanente e nunca será abandonada.

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