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Médico da região investigado por mortes e negligência pode voltar a realizar cirurgias

Medida cautelar que proibia o cirurgião João Batista do Couto Neto de fazer operações teve prazo encerrado neste sábado

O médico João Batista do Couto Neto, suspeito de causar as mortes de 42 pacientes e lesões em outros 141, principalmente em Novo Hamburgo, pode voltar a realizar cirurgias e intervenções invasivas. A medida cautelar da Justiça de Novo Hamburgo, de 23 de junho deste ano, previa a prorrogação da proibição por 120 dias. Neste sábado (21/10) o prazo se encerrou. As informações são do G1.

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), informou em nota que o médico João Batista Couto Neto “está com registro regular junto à autarquia, podendo exercer atividade médica sem impedimentos.

Conforme o advogado Brunno de Lia Pires, que representa Neto, embora não haja impedimentos, no momento o médico não pretende voltar a realizar cirurgias. Pires também informa que a defesa está aguardando o desenrolar da situação.

A decisão que estava em vigor impedia, também, o acesso do médico a blocos e centros cirúrgicos ou a qualquer local dessa natureza. Havia, ainda, a proibição de João Batista do Couto Neto manter contato com as pessoas que o denunciaram e testemunhas, e de se ausentar da Comarca por mais de cinco dias.

Em 12 de dezembro de 2022, a Justiça já havia proibido o médico de realizar cirurgias. A decisão se encerrou no dia 10 de junho. Treze dias depois, a medida cautelar foi renovada por quatro meses.

 

O caso

Couto é suspeito de ter causado a morte de 42 pacientes devido a procedimentos cirúrgicos e provocado lesões em outros 141. Grande parte dos casos ocorreram em Novo Hamburgo e região. Pacientes e pessoas que trabalharam com ele relataram excesso de cirurgias por dia, procedimentos desnecessários e até diagnóstico de câncer raro falso.

Ele foi alvo de uma operação policial em dezembro do ano passado, ocasião em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Hospital Regina, onde atuava, bem como no apartamento em que vivia em Novo Hamburgo. Na época, havia suspeita de envolvimento dele na morte de cinco pacientes e por ter causado sequelas em outros nove. Documentos, celulares e equipamentos de informática foram apreendidos.

Em fevereiro deste ano, João Couto se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Na ocasião, o Cremesp confirmou estar ciente de que o médico enfrentava uma suspensão em sua licença, mas que “é obrigado a efetuar o registro do médico” por se tratar de uma restrição parcial.

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