CAMPO BOM

Política Campo Bom – PDT lança Gênifer

PDT lança Gênifer

Semana quente na política campo-bonense com o PDT realizando um evento e uma caminhada para lançar Gênifer Engers (PDT) como pré-candidata a prefeita do partido. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Luciano Orsi, ao lado de Gênifer e outras lideranças do PDT, reforçou sua escolha e apoio para que Gênifer seja sua sucessora na administração, e disse que o partido tomou a decisão para dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado na cidade.

 

Fim da aliança?

Acontece que o MDB, que terá Giovani Feltes (MDB) como candidato, também faz parte desta mesma administração, ocupando o cargo de vice-prefeito com Paulo Gomes e acumulando diversas secretarias. Além disso, Feltes contava com o apoio de PDT e o cumprimento de um acordo firmado anos atrás, quando o MDB embarcou no governo de Orsi para dar sustentação na falta de uma base governista.  Meses atrás, Orsi já havia manifestado em entrevista que o PDT teria candidatura própria, o que fez com que o MDB emitisse até mesmo um comunicado oficial reclamando. O PDT recuou e, desde então, Gênifer era apontada como possível vice de Feltes, mas isso mudou com o novo anúncio do PDT que pode pôr fim de vez à aliança que vem governando Campo Bom.

 

Verdade ou blefe?

Apesar do lançamento, uma pré-candidatura não é uma candidatura confirmada. Resta ainda a aprovação do diretório do partido durante a convenção que define os nomes que vão concorrer e também as coligações, o que vai acontecer entre 20 de julho a 5 de agosto, conforme determinação da Justiça Eleitoral. Até lá, Gênifer é pré-candidata, mas tudo pode mudar ainda, assim como no MDB, que também deve ter uma convenção onde irá deliberar a candidatura de Feltes.

 

Juntos até o fim?

Mesmo sabendo que podem ter candidaturas diferentes ali na frente, PDT e MDB permanecerão juntos na administração da cidade até o final do ano? Como já falamos, o MDB está representado no vice-prefeito e em secretarias e cargos importantes da gestão municipal. Na maioria das vezes, quando há um rompimento assim, os cargos que fazem parte de um partido governista que terá candidatura própria acabam sendo exonerados. Será que o MDB vai deixar oficialmente o governo agora que pode vir a enfrentar o PDT, ou isso só acontecerá depois das convenções?

 

Teremos intervenção?

É provável que sim. Não será nenhuma surpresa se as lideranças municipais forem buscar ajuda da direção estadual dos seus partidos para intervirem nas negociações a respeito de candidaturas ou coligações. Afinal, há muita coisa em jogo e uma eleição pode acabar custando caro politicamente em caso de derrota. Além disso, parece óbvio que Feltes conta com o apoio do PDT, mas o PDT, ao definir a pré-candidatura de Gênifer, não parece estar alinhado com essa ideia.

 

Quanto é de cada um?

Luciano Orsi fez pouco mais de 22 mil votos para se eleger prefeito em 2020. Mas quantos desses votos foram conquistados somente pela imagem de Orsi, e quantos foram conquistados por lideranças do PDT, seu partido, MDB, PP, PCdoB, DEM e outros aliados? Vamos relembrar alguns números que já publicamos aqui. Quanto os partidos fizeram de votos na eleição de 2020 somando votos de vereadores:

 

PDT – 9.071

MDB – 7.194

PP – 4.995

PTB – 3.567

PSDB – 2.703

PC do B – 2.697

REPUBLICANOS – 2.644

PSB – 1.377

PRTB – 796

PATRIOTA – 590

PT – 483

DEM – 144 PV – 28

 

O cortejado PP

Como já falamos em outras oportunidades, com essa divisão o PP passa a ser um partido muito cobiçado, já que conta com dois vereadores e um bom número de votos, aparecendo como 3º mais votado da última eleição. Atualmente, o PP faz parte do governo Orsi, assim como o MDB. E com a novidade ganha cacife para reivindicar a vaga de vice em algum dos dois e até mesmo em uma chapa de oposição liderada por Faisal Karam. Ou então, em um cenário bem embolado, pode apostar em uma candidatura própria ainda, mas nada indica isso. Certamente, o presidente e vereador do PP, Alexandre Hoffmeister, está recebendo muitas ligações e mensagens de Zap para conversar.

 

Sobra mais

No cenário atual, com a divisão entre PDT e MDB, além do Victor Souza sendo pré-candidato pelo PCdoB, estão sobrando vagas para vice. Além do PP, PSDB, DEM, PTB e outros podem “abocanhar” uma vaguinha ainda. Isso se PDT e MDB, por exemplo, não apostarem em chapa pura, é claro.

 

Faisal comemora?

Será que a oposição, liderada pela pré-candidatura de Faisal Karam (REP) comemorou o anúncio do PDT e a divisão entre a base governista? Afinal, haverá uma fragmentação do bloco que até então estava unido, beneficiando Faisal. Mas também é sempre importante lembrar que, como Campo Bom não tem segundo turno, a corrida é curta e muitas vezes quem acaba em primeiro só precisa terminar na frente, por menor que seja o número de votos ou distância. Só precisa ser o mais votado. E isso pode gerar surpresas.

 

E se…

Caso mais algum partido se empolgue e decida apostar em candidatura própria, há uma grande chance de termos um prefeito ou uma prefeita eleita por uma quantidade baixa de votos, por conta da ampla divisão. Mas também, ajudaria a não criar uma polarização radical na cidade.

 

O saudosismo?

Feltes carrega consigo uma característica que outros candidatos não têm: o saudosismo. Afinal, ele foi prefeito da cidade em duas oportunidades, mas isso já faz bastante tempo. Deixou a Prefeitura em 2008, inclusive passando o cargo para quem vai ser seu adversário: Faisal. Justamente talvez por esse período afastado de eleições municipais, mas sendo o mais votado para deputado estadual, faça com que algumas pessoas tenham uma certa saudade de ver o seu nome novamente na disputa, inclusive aqueles que só ouviram falar das suas administrações. Faisal também foi ex-prefeito, mas deixou a Prefeitura em 2016, não faz tanto tempo assim, estando mais vivo na memória dos campobonenses.  Alguns vão acusar essa saudade de sumiço, é claro, mas ela está aí.

 

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