NOVO HAMBURGO
Política Novo Hamburgo – Finck é o grande vitorioso da eleição municipal
Finck é o grande vitorioso da eleição municipal
O prefeito eleito Gustavo Finck (PP) é o primeiro vereador no exercício do mandato eleito prefeito da história de nossa cidade. A votação foi avassaladora com mais de 62 mil votos, que representam mais de 53% dos eleitores. E para sacramentar, ele coloca o Partido Progressista no comando da prefeitura depois de quase 50 anos. O último prefeito da corrente política de direita foi Miguel Schmitz, e o penúltimo Alceu Mossmann, que eram filiados na antiga ARENA, agremiação política que deu origem ao Progressistas.
Fátima é a grande derrotada nas eleições
Nos bastidores da política, munidos de pesquisas sobre a cidade, o que mais chamava atenção era os altos índices de rejeição política da prefeita Fátima Daudt (MDB). E realmente existia, pois até mesmo a coordenação da campanha da candidata Tânia da Silva (MDB) resolveu esconder a prefeita durante toda a campanha, tentando se desvincular da rejeição para tentar vencer a eleição. No final, a candidatura que representava a continuidade do governo Fátima chegou em 3º lugar, atrás de Tarcísio Zimmermann (PDT).
A vitória do Delegado Zucco na cidade
Outro grande vitorioso e responsável direto pela eleição de Gustavo Finck foi o deputado estadual Delegado Zucco, do Republicanos. Pré-candidato a prefeito, quando abriu mão de concorrer ao cargo ele articulou a candidatura de Finck e trouxe a força da direita bolsonarista para junto do candidato progressista. Trouxe para a campanha o irmão e deputado federal Tenente Coronel Zucco, que conseguiu aproximação e apoio do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. E o Delegado indicou e emplacou como candidato a vice-prefeito, o empresário Gerson Haas, pelo Partido Liberal.
Direito de constatar
O deputado federal Tenente Coronel Zucco (PL) deverá concorrer ao cargo de governador do estado nas eleições de 2026, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de cedo, nos bastidores, já se cogita uma chapa entre PL e PP, com uma possível candidatura de Silvana Covatti como candidata a vice-governadora. O deputado delegado Zucco deverá ser o coordenador da campanha do irmão ao palácio, e além de ser o fiador da direita vencedora em Novo Hamburgo, também trabalhou para eleger Heliomar Franco ser eleito prefeito da cidade vizinha de São Leopoldo, em cima do PT, que deverá ser adversário direto nas próximas eleições estaduais.
Direito de Constatar
Quando o PP e o Republicanos/PL se dividiram em 2020, a então prefeita Fátima Daudt (MDB) venceu as eleições, superando nas urnas o então candidato Delegado Zucco (REP) e Patrícia Beck (PP). Os líderes dos partidos entenderam o recado de que a divisão da direita poderia ser fatal novamente em 2024. E as urnas atestaram que a estratégia estava certa.
O grande erro de Tarcísio (PDT) nas eleições
As pesquisas de todos os partidos indicavam Tarcísio Zimmermann (PDT) na frente nas intenções de votos, até quase o final do mês de agosto, quando então veio o fato novo: uma pesquisa encomendada pela Vale TV mostrava Tarcísio liderando a corrida eleitoral com cerca de 26% e Gustavo Finck logo atrás com cerca de 23%, e Tânia com cerca de 13%. A campanha de Tarcísio correu para redes sociais e materiais de publicidade para divulgar a liderança, mas esqueceu de analisar o cenário político sob o viés de seus adversários. A campanha de Finck (PP) correu para divulgar e impulsionar a pesquisa, pregando o voto útil: “não jogue seu voto fora! Não votar em Gustavo Finck é eleger Tarcísio”. E a partir deste momento começou a se solidificar a vitória de Finck, com a transferência do voto útil e dos indecisos para o candidato progressista.
Issur vestiu a camiseta de Finck
Outro grande vitorioso que emprestou o seu apoio político a Gustavo Finck (PP) foi o deputado estadual Issur Koch (PP), que se desdobrou em compromissos pela região, mas esteve todos os dias ao lado de Finck nos compromissos políticos na cidade. Os movimentos desta eleição também devem influenciar nas eleições de 2026, quando Issur deverá concorrer à reeleição como deputado estadual.
A derrota de Raizer (PSDB) e seus aliados
O vereador Raizer Ferreira fez uma campanha de combate direto com Gustavo Finck, pois precisava crescer entre o eleitorado do mesmo campo político. Junto com Raizer estavam o marqueteiro Gabriel Oliveira (Índio), o ex-vereador Naasom Luciano, o deputado Lucas Redecker (PSDB) e seu chefe de gabinete Mauri Nunes. Junto com ele ainda estavam os vereadores Felipe Kuhn Braun (PSDB), Tita Santos (PSDB) e Fernandinho Lourenço (SDD). O grupo acabou saindo menor do que entrou na campanha, elegendo apenas 1 vereador. E a votação do candidato foi de pouco mais de 7 mil votos.
Pinga fogo das majoritárias
– Fufa Azevedo (PT) utilizou a eleição para se apresentar para a comunidade. Manteve a postura nos debates, fez campanha propositiva e preparou o caminho para concorrer a deputado estadual em 2026 pelo PT, e certamente vai figurar como candidato a prefeito em 2028.
– A divisão da esquerda em duas candidaturas enfraqueceu Tarcísio Zimmermann (PDT). Durante a campanha ele tentou conseguir a simpatia dos eleitores de centro e de direita, mas o erro na estratégia e o passado no PT pesaram contra ele.
– Finck acertou na polarização entre esquerda e direita, diretamente com Tarcísio, assim como acertou em carimbar em todos os Spots de rádio: “Tânia é Fátima. Fátima é Tânia”, escancarando o que a campanha de Tânia tentou esconder.
Coordenação de campanha de Finck (PP)
Os principais nomes que estiveram à frente do grupo de coordenação da campanha de Finck: o coordenador geral foi o empresário e presidente do PL Paulo Kopschina (PL); o deputado Delegado Zucco (REP), seu coordenador político Leonardo Hoff (REP), e o assessor Rogério Forcolen; o deputado Issur Koch (PP), seu jornalista Mário Selbach e o chefe de gabinete Pablo Rodrigues (PP); o presidente do Republicanos Marcos Aguiar; a presidente do PRD Gislaine Pires; o empresário e candidato a vice-prefeito Gerson Haas; o empresário e progressista Fabrício Oliveira.
Partidos Novo e Solidariedade batem na trave
O candidato a vereador do partido Novo, Preto Kayser, um estreante na política, conseguiu a proeza de fazer 3.754 votos e não se eleger. Já o vereador Fernandinho do Solidariedade foi o candidato mais votado com 4.084 votos e não conseguiu a sua reeleição. Com a votação final na cidade, para um partido eleger 1 vereador por vaga direta, precisava fazer 7.900 votos. Para disputar uma vaga na sobra eleitoral, o partido precisava alcançar pelo menos 6.400 votos. E os Partidos Novo e Solidariedade não conseguiram alcançar este número, somando os votos de todos os candidatos de cada sigla.
Pinga fogo do novo governo
– Finck anunciou em entrevista para a Rádio ABC 103,3FM, que vai descansar com sua família na próxima semana de 14 a 20 de outubro, e que já no dia 21 começará a encaminhar a transição e a definir os principais nomes de quem deverá compor o seu governo.
– Os vereadores Ico Heming (POD) e Eliton Ávila (POD), assim como os vereadores Nor Boeno (MDB) e Daia Hanich (MDB), devem ser procurados e sondados por lideranças políticas ligadas ao novo governo eleito.
– A presidência da Câmara de Vereadores para 2025 já entrou nos bastidores de pós eleição, e dois nomes da base do governo já são citados: Cristiano Coller (PP) e Juliano Souto (PL).
Candidatos a deputado estadual em 2026?
Os candidatos Tânia da Silva (MDB) e Fufa Azevedo (PT) se cacifaram nas eleições de 2024 para serem os candidatos a deputado estadual pela cidade de Novo Hamburgo, nos seus partidos, nas eleições de 2026. Já Raizer Ferreira dificilmente será candidato, mesmo querendo, por conta da fila interna no partido (Naasom Luciano e Felipe Kuhn Braun) e sua baixa votação. Tarcísio Zimmermann (PDT) já havia anunciado sua aposentadoria, e a tendência é que não concorra.
Juliano Passini se fortalece
Um nome que também se destacou durante as eleições deste ano foi o do candidato a vice-prefeito Juliano Passini (POD), que estreou nas urnas e compôs chapa com Tânia da Silva (MDB). Passini fez uma campanha eleitoral sólida, proativa e com muitas agendas realizadas, sendo inclusive elogiado por adversários políticos. Não é à toa que seu partido, o Podemos, conseguiu eleger três parlamentares ao Legislativo hamburguense.
Fontes ligadas a Passini e ao Podemos apontam que a sigla agora terá o objetivo de se estruturar na região, visando ter uma legenda competitiva para as eleições de 2026.