ESPORTE
Quando a força do esporte transforma vidas
“O vôlei representa um livramento na minha vida.” A frase é do jovem Yuri Ribeiro Lima, de 15 anos, que participa da oficina oferecida pela Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo (PMNH), em parceria com a Feevale, na Praça da Juventude. Por meio do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PDMI), o aluno do bairro Santo Afonso não só encontrou no esporte uma forma de extravasar as energias, mas também vê nele uma boa oportunidade para o futuro, já que seu desempenho lhe rendeu um convite para a seletiva da Seleção Gaúcha de Vôlei no último mês. Não foi dessa vez que Yuri conseguiu integrar o grupo gaúcho, mas ele garante que esse foi só o primeiro teste.
Para o garoto sorridente que tem o ex-jogador de seleção brasileira de vôlei Serginho como inspiração, por jogar na mesma posição que ele, vôlei significa vida. “Eu poderia ter ido para outros caminhos não tão corretos, assim como alguns amigos. Mas graças a essa modalidade, ao professor e a oportunidade que temos aqui estou no rumo certo”, disse ele, que não se abalou por ter sido dispensado no teste da seleção gaúcha. “Eu nem esperava ser chamado para o teste. Todos em casa ficaram muito felizes. Mesmo com o não, eu vou continuar treinando e tentando. Minha mãe sempre me motiva para seguir persistente nos meus objetivos”, enfatizou.
Mesmo com a pouca idade, ele já integrou a equipe do Sinodal de São Leopoldo, mas hoje, enquanto espera por novas oportunidades, sua quadra é no bairro Santo Afonso. Yuri ainda destaca que o esporte não é apenas uma opção. “A gente escuta muito que é uma saída. Na verdade, eu acredito que abre muitas portas e nos leva a novos rumos. É essa a minha visão do vôlei e espero jogar em breve em algum clube”, finaliza, sempre com um sorriso largo no rosto.
Segundo o educador social Eduardo Cardoso de Oliveira as aulas são divididas em três categorias: minivôlei, masculino e feminino. “Ocasionalmente alguns atletas vão se destacando, outros eu tento ajudar no seu cotidiano sobre escola, família ou outro assunto pessoal”, disse. O educador ainda destaca que questões além do esporte são trabalhadas na modalidade. “Sobre questões disciplinares eu tento ser muito aberto com eles, como crio certa intimidade, eu tento mais escutar do que falar, tento ser amigo, sem julgar sobre algo de errado que acontece e tento particularmente ajudar ou aconselhar em suas escolhas. Já teve alunos que, através da conversa, conseguimos fazer voltar a estudar, sem falar em outros casos isolados que acontecem, como eles vivem numa vulnerabilidade social isso acaba sendo rotina”, enfatiza Cardoso.
A oficina tem o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e integram o componente de Prevenção à Violência.