NOVO HAMBURGO

Sabrina Pires – Uma Viagem Interior

Há algum tempo, assisti ao curta-metragem “O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo”. Recentemente, em minhas buscas por leituras que ofereçam novas perspectivas sobre temas relacionados à minha área, como justiça, moralidade e a complexidade da mente humana, decidi revisar esta obra e refletir sobre os ensinamentos que ela proporciona.

A literatura tem o poder inefável de traduzir as complexidades da alma humana em palavras simples e imagens impactantes, e o livro de Charlie Mackesy é um exemplo sublime desse fenômeno. Aclamado por sua simplicidade poética e ilustrações tocantes, o livro é uma fábula moderna que resgata valores universais como amizade, gentileza e resiliência. Através da jornada de quatro personagens singulares, o leitor é convidado a refletir sobre as nuances da vida, o poder da vulnerabilidade e a coragem de amar.

Desde a antiguidade, as fábulas desempenham um papel fundamental na transmissão de sabedoria. No entanto, a obra de Mackesy se distancia do gênero tradicional ao abandonar metáforas explícitas em favor de uma abordagem mais introspectiva e emocional. O menino, figura central, simboliza a curiosidade e a busca pelo significado da vida. Ao longo da narrativa, ele encontra uma toupeira, uma raposa e um cavalo, cada um representando aspectos diferentes da experiência humana: simplicidade, desconfiança e força, respectivamente.

Cada personagem reflete as complexidades emocionais que todos enfrentamos. A toupeira, em sua busca constante por bolo, ilustra a importância dos pequenos momentos de felicidade. A raposa, silenciosa e desconfiada, revela que a confiança é algo conquistado gradualmente, enquanto o cavalo, com sua majestade, nos lembra da beleza na aceitação de nossas vulnerabilidades e forças. A beleza do livro reside em sua capacidade de “falar” diretamente ao coração, transcendendo barreiras de idade e experiências de vida.

Esta obra não se propõe a oferecer soluções definitivas para os problemas da vida, mas sim a nos proporcionar a oportunidade de refletir sobre a nossa humanidade em sua totalidade — luz e escuridão, fragilidade e força, medo e esperança. É um convite irrecusável à autoanálise e, talvez, à prática de uma maior gentileza e compreensão, tanto conosco, com nossas histórias e vivências, quanto com o outro.

Desejo a todos uma semana abençoada, produtiva e equilibrada! Fiquem com Deus e até a próxima!

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