CULTURA
Tradicionalismo movimentou R$ 4,5 bilhões na economia gaúcha em 2023
Dado é de uma pesquisa inédita realizada pela Universidade Feevale, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado
Qual é o impacto do tradicionalismo na economia do Rio Grande do Sul? Em 2023, o valor chegou a 4,5 bilhões, conforme aponta a pesquisa inédita intitulada A participação do Tradicionalismo no Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul. Ela foi divulgada nesta terça-feira (10/09), no Piquete Negrinho do Pastoreio, do governo do Estado, no Acampamento Farroupilha.
O estudo foi coordenado pela Universidade Feevale, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e contou com a participação das pastas do Turismo (Setur), da Cultura (Sedac) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Essa foi a primeira pesquisa mostrando o tradicionalismo como um setor produtivo e que se dedicou ao mapeamento de eventos, como rodeios e festas, de itens culturais, como pilchas e alimentos. O estudo ocorreu de julho de 2023 a abril de 2024, com nove eixos categorizados e mensurados. O método de trabalho incluiu formulação de hipóteses, análise dos segmentos do tradicionalismo e definição de coleta de dados, entre outros instrumentos.
Cavalo crioulo
Autor do trabalho, o economista e professor da Universidade Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, enaltece o movimento realizado pelos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e por outras entidades, nos quais são cultivadas todas as expressões do tradicionalismo e divulgados o folclore e a cultura gaúcha. “A produção artística do Rio Grande do Sul é rica e proporciona o desenvolvimento do Estado”, frisou.
O professor chama a atenção para a contribuição dos rodeios e do cavalo crioulo, assim como das festas campeiras, para o crescimento da economia gaúcha. Somente em 2023, foram realizados 3.264 rodeios, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. O investimento em rodeios, festas campeiras e torneios de tiro de laço foi de cerca de R$ 1,3 bilhão, totalizando um consumo de mais de R$ 2 bilhões.
Eixos do tradicionalismo
Dados preliminares do estudo foram apresentados durante o 35º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria, em fevereiro, quando já se indicava a importância dos rodeios na economia do Estado.
Na fase final, os dados foram divididos em nove eixos que movimentam a economia e cujos valores são:
– Rodeios: R$ 2 bilhões
– Festas: R$ 613,4 milhões
– Música: R$ 220 milhões
– Cavalo crioulo: R$ 1 bilhão
– Radiodifusão: R$ 2,3 milhões
– Projetos culturais: R$ 65,8 milhões
– Erva-mate: R$ 396 milhões
– Cutelaria: R$ 96 milhões
– Churrasco: R$ 106,5 milhões