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NOVO HAMBURGO

TV Câmara – Pesquisador traz informações sobre surto de coronavírus

31/01/2020 – Mais uma vez a população mundial fica em alerta para sintomas de uma nova doença, com seus primeiros casos detectados em Wuhan, na China. Transmitida pelo coronavírus, conhecido desde a década de 1960, a enfermidade causa infecção respiratória, com sintomas de febre, tosse seca e falta de ar. Trata-se de uma nova variante, denominada 2019-nCoV. Em casos mais graves, pode provocar pneumonia e até a morte. O Vitalidade trouxe o médico veterinário Fernando Spilki para falar sobre o tema e esclarecer dúvidas a respeito das formas de transmissão e os principais cuidados a serem tomados. Spilki é doutor em Genética e Biologia Molecular, professor da Universidade Feevale e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.
TV Câmara – Pesquisador traz informações sobre surto de coronavírus
Foto: Kassiane Michel/CMNH

A entrevista foi ao ar na TV Câmara, canal 16 da Net, na última quinta-feira, 30. O programa completo está disponível no Facebook.com/tvcamaranh e também no Youtube.com/tvcamaranh.

Sobre a doença

Os coronavírus (CoV) compõem uma grande família de vírus. Podem causar desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves. O novo coronavírus foi identificado em investigação epidemiológica e laboratorial, após a notificação de casos de pneumonia de causa desconhecida entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, diagnosticados inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei. Centenas de casos já foram detectados na China. Casos importados foram registrados em outros países dos cinco continentes.

“O que importa para nós, comunidade em geral, é que existe transmissão sustentada entre humanos e é um vírus de transmissibilidade mais baixa do que outros coronavírus emergentes do passado e até de outros vírus que convivemos, lamentavelmente, atualmente como o do sarampo e outros. Mas, sim, é uma doença que está ocorrendo no Oriente e vem se alastrando”, ressaltou o pesquisador. Ele complementou dizendo que esse coronavírus tem uma letalidade menor do que outros coronavírus emergentes, como o SARS – Síndrome Respiratória Aguda Grave e o MERS – Síndrome Respiratória do Oriente Médio. “Não obstante, ele deve se espalhar mais entre a população humana. Não causando óbitos, deve ter muito mais portadores assintomáticos, pessoas que contraem o vírus, mas que conseguem lidar com a infecção, por ter uma imunidade adequada e não ter outras doenças intercorrentes. Esse vírus deve se espalhar mais, mas tem mortalidade mais baixa”, explicou.

Spilki também falou que o risco de uma epidemia global não está descartado. “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase impossível que o vírus não se dissemine ao redor do globo. Claro que estão sendo tomadas medidas de restrição de movimento, especialmente na região inicial da introdução do vírus na espécie humana, que deve controlar, um pouco, essa disseminação, mas, com certeza, ele tem uma capacidade de disseminação mais alta que outros coronavírus emergentes dos últimos 20 anos”, disse.

O entrevistado reforça, no decorrer da entrevista, a importância de a população buscar informações na mídia convencional e órgãos de saúde, pela enxurrada de informações falsas que estão circulando principalmente pelo WhatsApp. “Não há motivo, ao que tudo indica, para pânico. Nós estamos lidando com uma nova doença, mas ela está se desenhando muito dentro daquilo que se espera da introdução de um vírus como esse na espécie humana. As autoridades de saúde terão, seguramente, como lidar com o controle dessa doença”, destacou.

Ele aponta que, embora, tenha casos suspeitos, ainda não há caso confirmado no país. Também não há vacina contra o novo coronavírus. Spilki destaca, ainda, que a faixa etária mais atingida pela doença, com maior índice de óbitos, é a partir dos 70 anos.

Segundo o professor, ações simples como lavar bem as mãos, com frequência e com esfregação, com água corrente e sabão; uso do álcool gel para complementar; evitar lugares aglomerados, sem ventilação; cobrir nariz e boca na hora de espirrar, pode reduzir o risco de infecção. “São ações que já preconizamos para evitar o contágio da gripe”, disse.

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